As cidades históricas do Brasil: O que elas têm em comum e quando Natal vai figurar entre elas?

 

Paraty/RJ - foto: Emerson Dias

Em uma lista das 29 cidades históricas brasileiras que o leitor precisa conhecer, feita pelo site "Viagem e Turismo" da editora abril, 8 delas estão situadas no Estado de Minas Gerais. Destinos como Ouro Preto, Tiradentes, Mariana, Diamantina, entre outras, ocupam as primeiras posições dos destinos históricos. A Bahia também se destaca na lista, com 6 destinos indicados, entre os Estados do nordeste também aparecem Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Maranhão. O Rio Grande do Norte não aparecem nem como menção honrosa, apesar de uma história repleta de grandes momentos.

Mas, o que as cidades da lista tem em comum? 

Além da notória conservação do patrimônio histórico material - o que garantiu que várias entrassem na lista de patrimônios da humanidade - os centros históricos dessas cidades foram ocupados por empreendimentos e centros culturais, além de sediar festas sazonais e temáticas, atraindo muitos turistas e aquecendo o turismo e a economia da cidade. 

Por exemplo, Ouro Preto, em Minas Gerais, tem um calendário de eventos para o ano todo, o que garante uma frequência de visitação de turistas. Em abril tem a semana da inconfidência, em junho tem a mostra de cinema de Ouro Preto, em julho tem o festival de inverno, em dezembro tem o festival internacional Tudo é Jazz, além das inúmeras festas religiosas e temáticas que ocorrem nos demais meses do ano.

Em Paraty, no Rio de Janeiro, tem o festival de verão em janeiro, o carnaval em fevereiro, o circuito cervejeiro em maio, além de muitas outras atividades organizadas ao longo do ano. 

Grosso modo, o resgate e requalificação dos centros históricos passa, necessariamente, pela ocupação de seus prédios por empreendimentos locais (lanchonetes, bares, cafés, lojas, restaurantes, etc.), por instituições públicas culturais (casas de cultura, centros de artesanato, museus, biblioteca, etc.) e também pelo planejamento de eventos que atraiam as populações da cidade e de turistas para a região. 

Em Natal temos potencial para inserir na realidade do centro histórico as festas religiosas da cidade, o resgate e fortalecimento dos antigos carnavais e das escolas de samba que já desfilam na Ribeira, festivais gastronômicos, musicais, de cinema e literários - alguns que já acontecem em outros pontos da cidade, como o Centro de Convenções e no Arena das Dunas, além de eventos esportivos como circuitos de corrida, pedal e um resgate e fortalecimento das regatas no Rio Potengi. Estas ações, somadas aos projetos de restauração e requalificação do centro histórico podem colocar Natal na rota do turismo cultural do Nordeste, ao lado de cidades como Olinda, Recife, Salvador e São Luís, por exemplo. No entanto, sem a devida ocupação dos espaços, o processo de requalificação não servirá para nada.

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